Batismo de Sangue
Direção: Helvecio Ratton
Roteiro: Dani Patarra, Helvecio Ratton
Elenco: Caio Blat, Daniel de Oliveira, Léo Quintão, Ângelo Antônio, Cássio Gabus Mendes, Odilon Esteves
Baseado em um livro escrito por Frei Betto, “Batismo de Sangue” é mais um filme sobre a ditadura no Brasil, um tema que parece inesgotável nos últimos anos. Não que o assunto não mereça ser retratado no cinema, mas pelo menos que se faça com obras que adicionem alguma coisa, que não é não é o caso aqui.
De ruim, o filme tem vários aspectos: os diálogos são horríveis, forçados ao extremo e gramaticamente muito correto, as atuações não se destacam, Caio Blat parece uma bicha quando canta, Cassio Gabus Mendes está extremamente caricatural e no limite do ridículo. “Batismo de Sangue” consegue se destacar na fotografia, que é realmente bem feita e nas cenas de tortura em que os policiais estão completamente indiferente a dor dos torturados, tomando cafezinho e batendo papo sobre final de semana na praia.
Os “contraventores” do filme pertencem a um grupo de frades dominicanos, que durante o periodo militar alternavam sua vida de estudos e preces com o apoio a luta armada. Minimamente organizados, a função dos frades é dar suporte ao movimento revolucionário, mas um a um eles vão sendo presos e levados para a sede do DOPS para longas sessões de tortura.
Para um filme que começa interessante, dezenas de vezes somos forçados a assistir cenas que não levam a lugar nenhum e que parecem estar ali apenas para preencher o espaço entre um momento importante e outro. O filme não convence e nem mesmo se presta para acrescentar algo sobre a ditadura.